Nos últimos meses, a economia dos Estados Unidos tem sido uma fonte de preocupação crescente, nomeadamente devido ao risco de falência de bancos, incumprimento de dívidas e desdolarização, que podem afetar o estatuto do dólar como moeda de reserva mundial. Perante este cenário, será que activos como o ouro e a Bitcoin podem funcionar como portos seguros e oferecer uma proteção eficaz?
Anos de política monetária acomodatícia
Para controlar a inflação, a Reserva Federal dos EUA (Fed) tem vindo a apertar a política monetária desde março de 2022, aumentando as taxas de juro e reduzindo o seu balanço.
É tentador pensar que o preço de uma onça de ouro sobe sob políticas monetárias acomodatícias e cai sob políticas monetárias restritivas. Mas o gráfico abaixo mostra que o preço do ouro (a amarelo) não está estritamente ligado às flutuações das taxas de juro (a azul). De facto, o que atrai os investidores para o ouro é a incerteza das pessoas em relação aos mercados.
O preço de uma onça de ouro comparado com as taxas de juro da Reserva Federal dos EUA (Fed)
Por exemplo, durante a crise da Covid-19, a incerteza da evolução económica levou os investidores a protegerem-se com ouro. O preço da onça de ouro subiu de 1500 dólares em março para 2075 dólares em agosto, tendo depois estabilizado quando foram anunciadas as primeiras vacinas, tranquilizando os investidores.
Atualmente, o aperto monetário pode ter consequências imprevisíveis para a economia. É a primeira vez que as taxas de juro sobem tão rapidamente após um período tão longo de taxas baixas. Esta incerteza ligada às recentes falências bancárias criou uma maior procura do metal amarelo, cujo preço subiu mais de 11% entre março e maio deste ano.
Perante uma sucessão de falências bancárias em 2023, a Fed anunciou que garantiria os depósitos dos clientes dos bancos afectados, assinalando uma mudança para uma política monetária mais flexível. Este facto também impulsionou o preço da Bitcoin (BTC), que subiu 60% desde março passado.
Há algumas semanas, o governo dos EUA teve de aumentar o teto da sua dívida para evitar a falência. Mas e se esse teto já não pudesse ser aumentado? Será que isso é possível?
Luke Gromen, fundador da empresa de investigação macroeconómica Forest for the Trees, disse numa entrevista à Blockworks: “É óbvio que o governo dos EUA não vai à falência”, e acrescentou: “A Fed vai imprimir a diferença”. Na sua opinião, os Estados Unidos já estão no limite da sua capacidade de pagar a sua dívida: “Já lá estávamos em 2020. Estávamos lá em 2021”, e “ainda estamos lá”.
É difícil prever o futuro, mas a Bitcoin e o ouro são frequentemente considerados os títulos mais anti-frágeis dos mercados e serão cobiçados pelos investidores devido às incertezas acima mencionadas.
O ouro e o Bitcoin já ganharam?
Embora o dólar americano tenha se fortalecido em relação a outras moedas nos últimos meses, esse movimento pode ser desafiado pela flexibilização da política monetária. Uma reviravolta da Fed tornaria o dólar menos atrativo, em favor dos portos seguros do ouro e da Bitcoin.
Há alguns dias, o CEO da gestora de activos BlackRock, Larry Fink, confirmou o seu interesse pela Bitcoin, afirmando: “Penso que o papel das criptomoedas é digitalizar o ouro de diferentes formas”.
Além disso, nos últimos anos e, sobretudo, nos últimos meses, tem-se registado uma tendência para a desdolarização. De facto, cada vez mais Estados como o Brasil, a China, a Rússia e o Irão tomam partido.
Os BRICS e o Zimbabué estão mesmo prestes a criar uma moeda lastreada em ouro para se afastarem do dólar americano no seu comércio internacional.
Tal como estas potências emergentes, investir em ouro e Bitcoin pode ser uma boa proteção contra as consequências da desdolarização.
De todas as formas de ganhar exposição ao ouro, a detenção física de ouro continua a ser o método mais seguro, quer seja guardando-o você mesmo ou confiando-o a um terceiro, como a GOLD AVENUE. Exclusivamente para os leitores da TCN, aproveite um desconto de 50 € em todas as encomendas superiores a 500 € na GOLD AVENUE (oferta única limitada a 500 novos clientes disponíveis até 31 de dezembro de 2023).
O ouro e o Bitcoin resistem ao teste do tempo
O ouro, frequentemente criticado como obsoleto desde o fim da convertibilidade do dólar americano em ouro em 1971, continua a provar o seu valor. Apesar de numerosas declarações anunciando a sua “morte” e designando-o como “ultrapassado”, o preço do ouro continuou a subir, demonstrando a sua resiliência face a todas as crises económicas e geopolíticas que surgiram desde então. De facto, o ouro sempre demonstrou os seus pontos fortes, o que faz dele uma sólida reserva de valor ao longo do tempo.
Além disso, graças à sua divisibilidade e portabilidade, a Bitcoin tem um maior potencial para se tornar uma moeda por direito próprio, ao contrário do ouro, que é frequentemente utilizado como referência para outras moedas.
Finalmente, como portos seguros, o investimento em ouro e Bitcoin pode oferecer uma excelente proteção contra futuras incertezas económicas e monetárias.
