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Estrangeiros no Congresso do México: Revelação de abalar a Terra ou outra farsa?

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Numa câmara histórica onde as leis são normalmente o ponto focal, os legisladores mexicanos no início desta semana encontraram-se a mergulhar no reino do extraterrestre.

Uma apresentação na terça-feira, no Congresso mexicano, acendeu discussões fervorosas tanto nos corredores legislativos como nos corredores virtuais das redes sociais. A pergunta que está na boca de toda a gente: Cadáveres de extraterrestres? A sério? (Spoiler: muito provavelmente não.)

Numa sessão polémica, investigadores de vários cantos do globo reuniram-se na Cidade do México para apresentar o que poderia ser potencialmente uma prova chocante da existência de extraterrestres. O jornalista e auto-descrito ufólogo José Jaime Maussan, uma figura central neste drama, revelou supostas múmias desenterradas dos terrenos arenosos do Peru, que ele e outros acreditam serem “seres não-humanos que não fazem parte da nossa evolução terrestre”.

Mas não revires já os olhos, isto não é o Roswell Weekly. Ele também diz que a sua afirmação é apoiada por investigação científica. De acordo com Maussan, a UNAM, a universidade mais prestigiada do México, datou os cadáveres com carbono e concluiu que são de facto criaturas antigas com mais de mil anos de idade.
A UNAM publicou um comunicado na quarta-feira confirmando que, de facto, analisou amostras de tecido e datou-as. Se os corpos são deste planeta ou de outro está fora do seu âmbito de análise, disse a universidade.

“Em maio de 2017, o LEMA (Laboratório de Datação por Carbono-14) realizou um estudo de datação por Carbono-14 num conjunto de amostras fornecidas pelo cliente, que, de acordo com a informação fornecida, consistiam em aproximadamente 0,5 gramas de tecido cutâneo e cerebral. Os resultados deste estudo foram emitidos em junho do mesmo ano e entregues ao utilizador requerente”, afirmaram os investigadores da universidade.

“O trabalho de datação por Carbono-14 realizado no LEMA tem como único objetivo determinar a idade da amostra trazida por cada utilizador, e em nenhuma circunstância tiramos conclusões sobre a origem destas amostras”, concluíram.

Graves, o piloto da Marinha, disse num post no Twitter após a audiência de terça-feira que aceitou o convite do Congresso mexicano com a esperança de manter “o ímpeto do interesse do governo nas experiências dos pilotos com UAP”, referindo-se aos Fenómenos Anómalos Não Identificados (aquilo a que chamam OVNIs hoje em dia). Ele, no entanto, não está a acreditar nas múmias de cadáveres alienígenas de Maussan.

“Vou continuar a sensibilizar as pessoas para os fenómenos anómalos como uma questão urgente de segurança aeroespacial, segurança nacional e ciência, mas estou profundamente desiludido com esta proeza sem fundamento”, escreveu no Twitter.

E ele tem boas razões para pensar que é tudo mentira.

Em 2017, uma apresentação semelhante de um cadáver alienígena foi feita no Congresso peruano, liderada pelo mesmo Jaime Maussan. Maussan mostrou aos legisladores peruanos “múmias alienígenas” semelhantes e afirmou que elas foram encontradas em solo peruano. Maussan teve os seus primeiros 15 minutos de fama, e as “múmias de Nazca” fizeram a ronda na imprensa mundial. Mas era tudo falso.

A equipa de estudo independente é constituída por 16 “especialistas da comunidade” e a NASA afirma que o relatório irá “esclarecer a natureza e a origem” das UAPs. Veremos. Vai ser difícil superar as múmias alienígenas.

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