Mais um sinal de que a regulamentação está a tornar-se mais rigorosa. Vários clientes da Boursorama relatam ter tido de fornecer documentos comprovativos, incluindo declarações fiscais, para justificar uma transferência passada. Uma tendência que se irá propagar em França?
Boursorama verifica as transferências efectuadas para plataformas de criptomoedas
O utilizador CryptoHold4Ever partilhou uma captura de ecrã no Twitter mostrando um pedido do seu banco, Boursorama. O Boursorama pediu-lhe para fornecer provas de uma transferência feita para uma plataforma de câmbio, juntamente com uma declaração fiscal:
Para aqueles que não declararam a sua conta @binance, @cryptocom ou outra conta às autoridades fiscais, saibam que o vosso banco vos pedirá um comprovativo (e-mail recebido hoje) quando fizerem transferências.
E aqueles que não o puderem fazer? pic.twitter.com/pv1WUBdXNw
– CryptoHold4Ever (@CryptoHold4Ever) 5 de junho de 2023
O pedido de Boursorama surge várias semanas depois de a transferência ter sido efetivamente realizada: trata-se, portanto, de um controlo e não de uma autorização prévia à realização de uma transferência. Isto mostra que o banco, que pertence à Société Générale, quer verificar se os seus clientes têm contas na plataforma e se as declararam às autoridades fiscais.
Outros clientes da Boursorama afirmaram que também foram sujeitos a este tipo de controlo, em resposta à discussão iniciada pelo CryptoHold4Ever.
Boursorama, aberto às criptomoedas… Mas com uma justificação?
Historicamente, o Boursorama é considerado um dos bancos franceses mais abertos às criptomoedas. Em particular, permite-lhe ligar as suas contas criptográficas em várias plataformas (Binance, Coinbase e Kraken em particular), a fim de as apresentar diretamente na sua conta.
Por tudo isto, o banco parece estar atento ao facto de os seus clientes terem preenchido as suas declarações fiscais. A título de lembrete, os titulares de contas em plataformas de câmbio devem agora obrigatoriamente declará-las como contas detidas no estrangeiro. A campanha de declaração de impostos está a chegar ao fim em França.
A “Lei do Influenciador”, cujo desenvolvimento abalou o ecossistema, já era um sinal de alerta: a regulamentação em torno das criptomoedas tornou-se mais rigorosa em França. Há alguns dias, o anúncio da supressão dos activos de “anonimato reforçado” na Binance também causou sensação. Com cerca de um francês em cada dez a deter criptomoedas, poderão surgir novas fricções entre os actores tradicionais e a Web3.
